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Hydra, a cria de Silves (2011), não sobreviveu

2011-06-27

Hydra, a cria do CNRLI em Silves, filha de Fruta, teve o seu primeiro exame sanitário aos 34 dias de vida, no qual se detectou um peso considerado anormalmente baixo para uma cria da sua idade - 520g - , sendo o mínimo normal cerca de 800g, e uma ferida na região ventral do pescoço, provavelmente provocada pelo transporte pela mãe. Os linces transportam as crias abocanhando-as na região do cachaço, e Fruta terá ferido Hydra, devido à sua inexperiência, deslocando-a com frequência anormal. A ferida terá infectado e criado um abcesso subcutâneo.

Hydra, a cria assim chamada por pertencer à geração de linces da letra H, ano 2011, foi internada na sala de cria artificial para recuperação de peso, para diagnosticar as causas do seu fraco desenvolvimento durante o tempo que esteve sob os cuidados da mãe e, ainda, para administrar tratamento de desinfecção e cicatrização da ferida. Nos 43 dias que esteve internada, iniciou-se o desmame e introduziu-se carne combinada com a dieta normal de leite, que Hydra aceitou bem. Após a recuperação do peso para 1020g e total recuperação da ferida, regressou por períodos de 12 horas ao passeio contíguo ao cercado da mãe no dia 9 de Maio, de forma a manter uma interacção importante e facilitar e facilitar a futura união entre ambas. Enquanto se continuava a recuperação do peso em regime misto entre passeio e sala de cria, Hydra fez uma fractura do fémur esquerdo durante a noite na sala de cria sem que se tenha observado algum acidente ou comportamento estranho. A situação enquadrava-se com uma deficiência nutricional com distúrbio do metabolismo do cálcio pelo que se manteve o animal em espaço confinado, suplementando-se com vitamina D e cálcio e medicando-se para controlar a dor, como é prática comum em casos semelhantes.

A situação de Hydra evoluiu demonstrando maior mobilidade a cada um dos 14 dias de recuperação, mantendo bom apetite e continuando a ganhar peso, apesar de ter dificuldade em beber água sozinha, e mostrando níveis de actividade e comportamento normais para a sua idade.

Dia 8 de Junho detecta-se uma nova fractura, desta feita no fémur direito e a cria apresentou-se bastante prostrada. Foi medicada para a dor e aumentada a dose de cálcio e vitamina D dentro de doses seguras. No dia seguinte começou a apresentar posturas anormais e desencadeou um episódio de convulsões, que se detecta de imediato. Apesar de internada na clínica e de ter sido administrada medicação de emergência para controlar o episódio, acaba por morrer na sequência de uma série de convulsões mais fortes que levaram a uma paragem cardio-respiratória que não remitiu apesar de todas as tentativas de reanimação efectuadas na clínica do centro.

A necrópsia, realizada no Centro de Análises e Diagnóstico da Fauna Silvestre, em Espanha, confirmou o distúrbio de mineralização óssea, apesar de Hydra apresentar valores normais de cálcio no sangue, que estavam no seu limite superior. Aguardam-se com expectativa os resultados das análises da anatomia patológica que ajudem a explicar por que o animal, apesar de receber cálcio e vitamina D, tendo-os em valores aparentemente normais, não conseguia produzir tecido ósseo mineralizado.

Todas as decisões clínicas desta época de reprodução no CNRLI de Silves foram, tomadas em consonância com os veterinários e outros técnicos da rede de centros do Programa Ibérico de Reprodução em cativeiro de Lince-ibérico.

As mortes de crias no Programa de Reprodução Ibérico somaram nesta época de reprodução um total de 16, de entre os 40 que chegaram ao termo da gestação. Mantêm-se vivas 24 crias, o que se considera um valor habitual, tal como o número de fêmeas gestantes que este ano foi de 17. Duas crias foram manipuladas artificialmente mas serão submetidas a um maneio experimental que tem como objectivo que voltem a repartir as instalações da sua progenitora. As restantes crias vivem agora um período crítico do seu crescimento com uma fase agressiva típica em que travam lutas com irmãos, uma das quais se revelou já ser fatal este ano. Dada a necessidade de preparar novos animais para reintrodução na natureza só há intervenção humana nestas lutas quando existe grave risco de morte dos exemplares. Em geral as progenitoras experientes resolvem o conflito permitindo às crias continuar conjuntamente o seu crescimento e aprendizagens complexas, preparando-os da melhor forma para um dia encararem a vida na natureza.

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